Pastor cobrava Pix em troca de milagres; Operação Blasfêmia “desbaratou” .

Batizada de “Blasfêmia”, a operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu uma grande e complexa rede de fraude religiosa, com sede de operação localizada na cidade de Niterói.

Segundo as apurações, Luiz Henrique dos Santos Ferreira, o Pastor Henrique Santini ou Profeta Santini, é apontado como chefe do esquema. e que agora enfrenta acusações formais, é o principal suspeito de comandar um esquema que explorava a fé de milhares de pessoas em todo o país, prometendo milagres e curas em troca de pagamentos via Pix.

Funcionamento do Golpe
Longe de ser uma instituição de caridade, a central de atendimento funcionava com a estrutura e as metas de uma empresa profissional. Dezenas de operadores, recrutados pela internet e sem qualquer formação teológica, eram treinados para se passar pelo líder religioso.

Eles usavam áudios gravados previamente para prometer bênçãos e intervenções divinas, condicionadas ao depósito de valores que iam de R$ 20 a R$ 1,5 mil, dependendo da “importância” da oração solicitada.

A equipe trabalhava em turnos e tinha alvos de arrecadação diários; quem não alcançava a quantia estipulada era demitido.

Para lavar o dinheiro e fugir das autoridades, o grupo utilizava uma intrincada rede de contas bancárias em nome de terceiros e empresas de fachada, o que dificultava o rastreamento das transações.

Descoberta e consequências
O esquema veio à tona em fevereiro, quando a polícia flagrou 42 pessoas trabalhando no local durante uma incursão. A ação resultou na apreensão de dezenas de celulares, notebooks e mais de uma centena de chips de telefonia, que revelaram a verdadeira dimensão da fraude.

Como resultado da investigação, o pastor e outros 22 envolvidos foram indiciados. A Justiça, por sua vez, determinou que o líder religioso usasse uma tornozeleira eletrônica e ordenou o bloqueio de seus bens, como medida cautelar.

As autoridades continuam a trabalhar para identificar outras vítimas e apurar a extensão total dos prejuízos causados.

Foto: Reprodução/Redes Sociais