Durante a Semana Nacional de Trânsito, um levantamento realizado pela Cobli aponta que a Bahia é o 4º estado com maior incidência de excesso de velocidade no primeiro semestre de 2024. De acordo com o estudo, 54,6% dos eventos foram classificados como graves e 36,53% como gravíssimos. No ranking, a Bahia aparece logo atrás de Mato Grosso (1º), Tocantins (2º) e Rondônia (3º).
Para o levantamento, o excesso de velocidade é classificado como grave quando o motorista ultrapassa entre 21% e 50% do limite permitido na via ou estipulado para o veículo. Já a infração é considerada gravíssima quando a velocidade excede 51% ou mais do limite.
A Cobli é uma empresa de tecnologia, e sua atuação é baseada na ampla obtenção de informações, resultado da combinação de uma série de avanços da tecnologia e utilizou os dados de sua plataforma que são relacionados à gravidade dos excessos de velocidade que duram mais de 60 segundos em veículos comerciais. A empresa indica que as longas e retas estradas podem incentivar motoristas a acelerarem acima do limite permitido; em alguns lugares a fiscalização de trânsito pode ser insuficiente ou irregular e a pressão por prazos que os motoristas de carga sofrem, podem contribuir para o alto número registrado.
O diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran Ba), Rodrigo Pimentel, acredita que o excesso de velocidade é uma questão que precisa de atenção. Segundo ele, embora o Detran não tenha competência direta sobre radares nas rodovias, a velocidade é um fator determinante para a segurança viária. “É comprovado que, ao reduzir os limites de velocidade nas rodovias, há uma queda significativa no número de sinistros e vítimas de trânsito”, afirma Pimentel. Ele reforça a importância de que todos os órgãos e entidades relacionados ao trânsito invistam em campanhas de conscientização sobre a redução da velocidade nas vias públicas.
O diretor destacou as ações educativas que o órgão tem promovido para conscientizar sobre a segurança no trânsito, principalmente durante a Semana Nacional de Trânsito, que vai até o dia 25 de setembro. Entre elas, estão as blitzes educativas, que buscam dialogar com os motoristas sobre os riscos relacionados à velocidade, desatenção e infração das normas de trânsito. Além disso, o Detran tem realizado iniciativas em escolas públicas, com o objetivo de formar cidadãos mais conscientes desde a infância, inserindo a educação para o trânsito como um tema importante a ser debatido. Pimentel reforça a necessidade de usar diversas formas de comunicação, como campanhas em espaços públicos, metrô e ônibus, para levar essa mensagem a toda a população.
O major Wolneir Brizola Alves, instrutor de trânsito da Polícia Militar, ressalta que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é fundamental para evitar acidentes, mas o tripé do trânsito – composto por educação, engenharia e fiscalização – precisa funcionar de forma equilibrada. ‘A fiscalização e a engenharia estão funcionando, mas falta a educação’, afirma o major.
Mesmo colocando o CTB como principal ferramente de segurança, Brizola coloca a conscientização como uma opção necessária. “Mas o básico aí mesmo, o básico é a educação”, afirma.
A empresa Cobli aponta que, entre as empresas que adotaram tecnologias de fiscalização e campanhas de conscientização, houve uma redução de 65% nos comportamentos de risco. Esse dado reforça o que tanto o Detran quanto a Polícia Militar afirmam: a conscientização é a melhor estratégia para reduzir o excesso de velocidade e promover um trânsito mais seguro.