Brasil figura entre países com menores riscos de acidentes aéreos

O Brasil encara as duas tragédias aéreas que abalaram o país nos últimos sete dias. Após o acidente envolvendo a empresa Voepass, que vitimou 62 pessoas, a manhã desta quinta-feira, 15, foi marcada por uma nova queda, envolvendo um avião de pequeno porte que caiu no Mato Grosso, onde cinco pessoas morreram.

Apesar do alerta ocasionado pelos dois acidentes, o Brasil figura entre os países com menores riscos de queda do mundo, no segundo grupo, de acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Segundo um estudo feito por eles, o risco de morrer envolvendo o meio de transporte vem diminuindo ao longo das duas décadas.

 
À BBC, o professor de estatística Arnold Barnett, reafirmou a sua tese e dividiu os países em três grupos, do maior ao menor risco. “A cada dez anos, desde 1968, o risco de morrer em um acidente de avião comercial vem caindo pela metade”, disse o estudioso.

O Brasil está no grupo intermediário, juntamente com Chile, Índia, México, África do Sul, Hong Kong e Coreia do Sul e mais. Com os menores riscos, então Estados Unidos, Austrália, Canadá, China, países da União Europeia, Japão, Israel, Nova Zelândia, Noruega, Suíça, Montenegro e Reino Unido.

Apesar de não ter acidentes aéreos noticiados com frequência, o Brasil está no grupo 2 graças a tragédia do ano de 2007, envolvendo as tragédias de 2006 e 2007, que vitimaram, ao todo, 350 pessoas.

 
“O Brasil está no segundo grupo em grande parte por causa da colisão aérea de 2006 envolvendo a GOL e do acidente de 2007 envolvendo a TAM em um aeroporto de São Pau. Esses dois acidentes [somados] causaram mais de 350 mortes.”, disse Barnett à BBC.

Em estudo publicado em 2020, o professor analisou o período entre 2008 e 2017, apontando que a taxa de segurança aumentou e o número de acidentes diminuiu.

“Mostramos que o risco de morte por embarque entre 2008 e 2017 caiu em mais da metade em comparação com a década anterior, enquanto as nações do mundo continuaram a se enquadrar em três categorias de risco altamente divergentes” , declarou Barnett no estudo.

Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP