Feira de Santana assistiu, novamente, cenas de alagamentos em vários pontos da cidade, depois das chuvas nas últimas 72 horas. E olha que a chuva nem chegou perto de ser torrencial. O Distrito de Maria Quiteria e a Avenida Azaleia, próxima à Artêmia Pires, estão entre os pontos que sofrem com a ausência de infraestrutura pluvial. Mas não é só eles.
Apesar de ter chovido pouco mais de 15 mm em três dias, índice pluviométrico considerado normal, de menor intensidade, Feira de Santana sentiu, mais uma vez, as consequências da falta de drenagem pluvial. Dez minutos de chuva, que não precisa ser torrencial, ja revela o problema que afeta da área central à periferia e os distritos. Apesar desse quadro, a prefeitura, nas últimas décadas, não cuidou do assunto, nem apresentou um plano de investimentos de médio prazo que pudesse mitigar os seus efeitos na vida e na economia da segunda maior cidade da Bahia. A gestão municipal deixou cair na normalidade, naturalizou a gravidade do assunto, tratando a pauta como secundária, sem relevância pública.
Com isso, basta chover com alguma consistência, por mínima que seja, que os problemas aparecem. Inclusive asfalto que derrete, como sonrisal, fazendo brotar buracos que causam prejuízos aos motoristas e põe em risco à vida de motociclistas.
Nos meses de maior intensidade de chuva, como abril, a situação torna-se alarmante, como todo feirense sabe.
E isso acontece porque a cidade inteira sofre com a falta de drenagem pluvial eficiente, a exemplo dos bairros Parque Brasil, Queimadinha, Tomba, Panorama, Fraternidade, Mangabeira e Jardim Cruzeiro, além do Túnel do cruzamento das avenidas João Durval Carneiro e Presidente Dutra; a avenida Fraga Maia; a Avenida Tomé de Souza, no bairro Calumbi, onde não se pode chover 10 minutos que a passagem de veículos e pedestres já fica comprometida. É fato, é realidade, mas a prefeitura, nos últimos 24 anos, ignora.
A lista é grande e há ainda muitas ruas e bairros afetados pelo “esquecimento” e descaso da gestão municipal.
A situação revela a necessidade urgente de melhorias na infraestrutura de drenagem pluvial para mitigar os impactos dos alagamentos e melhorar a qualidade de vida dos moradores na cidade. Apesar deste quadro real, a administração Colbert Martins e a antecessora, liderada por Zé Ronaldo, sempre ignorou o assunto e deu às costas para uma realidade que afeta, de verdade, a população feirense. Até quando Feira de Santana vai aceitar esse descaso? Fica a pergunta.