Documentário “Indústria de Infratores” é apresentado na Câmara e aponta alto índice de infrações no trânsito de Feira de Santana

O jornalista e ex-secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Edson Borges, apresentou nesta, na plenária da Câmara Municipal de Feira de Santana, o documentário “Indústria de Infratores”, exibido pela primeira vez ao público. A produção reúne dados e imagens sobre o comportamento dos condutores no trânsito da cidade e contesta a percepção popular de que existe uma “indústria de multas”.

Durante a apresentação, Borges afirmou que o objetivo do filme não é propor soluções técnicas, mas chamar atenção para o que considera um cenário de desrespeito frequente às normas de trânsito. Segundo ele, o material reúne registros coletados ao longo de dois anos, mostrando infrações diversificadas.

“Nós temos muito essa falação de Indústria de multas, então eu como jornalista resolvi fazer ao longo dos dois últimos anos resolvi fazer o documentário para apontar que, na verdade, temos uma indústria de infratores. Eu colecionei uma série de imagens durante todo esse período com uma série de infrações dos mais variados tipos. Tem gravíssimas situações como invasão de sinal, atravessar canteiro, entre outros. Infrações cometidas em vias importantes e movimentadas de Feira. Então, estatisticamente é fácil comprovar que o volume de multas em Feira de Santana é muito baixo, fica abaixo de 10% em relação a frota de veículos. Se compararmos com outras cidades veremos que o volume é muito baixo. Temos uma grande parte de infratores em Feira que precisam ser combatidos com veemência”, denuncia.

Sobrecarga no SUS

O jornalista diz ainda que o documentário também relaciona o comportamento dos motoristas aos custos do sistema público de saúde. Imagens mostram a superlotação do Hospital Geral Clériston Andrade por vítimas de acidentes de trânsito, especialmente envolvendo motociclistas.

“Temos um alto custo do SUS com o tratamento dessas pessoas”, o documentário traz imagens que exibe a superlotação do Hospital Clériston Andrade de acidentados de moto. 80% dos atendimentos de emergência do local são de acidente de motos. Isso é uma questão de saúde pública. O Clériston Andrade gasta hoje cerca de R$2milhoes de reais por ano em Órteses e próteses por causa dos acidentes com motocicletas. Essa cifra de R$2 milhões é porque para o SUS o custo das próteses é mais baixo do que para rede particular. É preciso que a SMT tome providência, inclusive, com emprego de tecnologia, radares (os chamados pardais) para evitar esse tipo de coisa”.

Educação e punição no trânsito

Além de apresentar dados, o documentário aborda a importância da educação para o trânsito. Borges argumenta que a conscientização deve vir acompanhada de punição. “A ciência entende educação como a conscientização, onde o principal instrumento é o exemplo, mas é preciso apresentar uma punição. Muitas vezes deixamos um filho de castigo como punição como um mal feito que ele fez e pelo qual ele já foi advertido, isto para dizer que não adianta conscientização sem punição. Para quem já é habilitado, na hora que ele tirar a habilitação ele se compromete a respeitar o Código de Trânsito. A carteira é um compromisso e não a liberdade para ele sair dirigindo como bem entender. É preciso punição!”

Foto: Amaury Jr.