Durante a visita do presidente Lula a Feira de Santana na segunda-feira (01), o arcebispo metropolitano Dom Zanoni Demettino Castro compartilhou uma foto ao lado do presidente em suas redes sociais. A publicação, que teve grande repercussão, gerou mais de duzentos comentários, incluindo alguns ataques.
Dom Zanoni falou sobre o incidente, mencionando a surpresa com as reações negativas: “Como disse no nosso hino, a missão do bispo é justamente de anunciar a palavra e a caminhada da igreja. Eu tenho usado as redes para compartilhar minha caminhada, o trabalho pastoral, os encontros institucionais com prefeitos, governadores, com o presidente, e compartilhar aquilo em que acreditamos.”
Ele ressaltou a importância da solidariedade e da partilha na missão da igreja, afirmando que muitos não compreendem esses valores.
“Acredito em um Brasil que precisa ser reconstruído, onde o povo seja protagonista da sua história. As pessoas criticam a igreja por estar próxima aos que sofrem, mas lembro da postura de Jesus. Ele sempre esteve ao lado dos marginalizados, e hoje enfrentamos críticas semelhantes.”
Dom Zanoni também abordou a questão das críticas à igreja por sua atuação social e proximidade com líderes políticos, defendendo o compromisso cristão com os pobres e a justiça social.
“Estar do lado do presidente, é um serviço aos pobres, a preocupação com as pessoas, o encontro com o diferente. Respeito as tradições ao evangelho, ao candomblé, ao estrangeiro, ao ateu.”
O arcebispo destacou a falta de conhecimento teológico e bíblico entre muitos críticos, afirmando que alguns agem por má-fé ou são influenciados por desinformação. “Falar sem convicção é um tipo de robô, é organizado e manipulado por influenciadores que não conhecem a doutrina católica. Falta coragem para discutir e refletir.”
Mesmo diante das críticas, Dom Zanoni mantém a paciência e a disposição para dialogar. “Compartilhamos e respeitamos os diferentes. Às vezes fico impressionado com a pouca inteligência do nosso povo, mas a maioria absoluta das pessoas tem uma reflexão positiva.”
Finalizando, ele reforçou o compromisso da igreja com a justiça social, citando o Papa Francisco: “O Papa Francisco certa vez disse, em um encontro com movimentos sociais na Bolívia, que a bandeira dos trabalhadores sem-terra, das organizações indígenas, é a bandeira do cristão. Não é uma causa socialista, mas evangélica. Nosso compromisso com a justiça e a defesa dos direitos está intrinsecamente ligado à ação evangelizadora.”