A ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, presa em janeiro de 2025, está no centro de uma série de denúncias graves. Ela é acusada de facilitar a fuga de 16 presos em dezembro de 2024, com apoio do ex-coordenador de segurança, Wellington Oliveira, e do detento Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como “Dadá”, líder de uma facção criminosa e apontado como amante de Joneuma.
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Segundo o Ministério Público da Bahia, além de planejar a fuga, Joneuma teria mandado matar o jovem Alan Quevin, que a chamou de “miliciana” nas redes sociais. Alan foi sequestrado em casa, morto, e seu corpo nunca foi localizado. A ordem teria partido após ele criticar a diretora e acusá-la de envolvimento político e conivência com entrada de produtos ilícitos no presídio.
Segundo a TV Bahia, que teve acesso à denúncia contra Joneuma, as investigações revelam um cenário escandaloso: presos com regalias como refeições especiais (moqueca de camarão, lasanha e chester), festas com direito a acarajé e capoeira, e até um “velório” com caixão dentro da unidade. Os detentos circulavam armados e com liberdade, com direito a visitas íntimas dentro dos pavilhões. O MP afirma que Joneuma recebeu R$ 1,5 milhão para facilitar a fuga.
Durante a operação, ferramentas como uma furadeira foram usadas para abrir um buraco no teto. O equipamento foi introduzido com a permissão de gestores e, mesmo com alertas de agentes, a diretoria nada fez para impedir a fuga. Documentos foram fraudados para encobrir o uso da ferramenta.
Joneuma e Wellington estão presos em unidades diferentes no sul da Bahia. Já Dadá segue foragido, supostamente escondido no Rio de Janeiro. Outro suspeito, Vagno Batista, foi preso em fevereiro, acusado de auxiliar na logística da fuga e armazenar armamentos da facção.
A defesa de Joneuma nega qualquer envolvimento com Dadá ou com os crimes. Ela deu à luz na prisão, e o bebê permanece na unidade com ela.
A Secretaria de Administração Penitenciária afirmou que não tinha conhecimento do envolvimento da diretora com os presos e negou qualquer interferência política no caso. A Justiça ainda avalia se aceitará formalmente a denúncia do MP. O caso segue sob segredo de Justiça.