Governo vê acordo próximo por ponte Salvador-Itaparica; saiba valores

O governo de Jerônimo Rodrigues (PT) já enxerga no horizonte a conclusão de um acordo com o consórcio chinês responsável pelas obras de construção da ponte Salvador-Itaparica. A expectativa do governador é que, dentro de poucas semanas, as partes cheguem a um consenso sobre o novo valor do empreendimento, a ser incluído em um termo aditivo do contrato.

De acordo com apuração junto à cúpula do governo baiano, a expectativa é que as partes assinem a construção da ponte por um valor próximo a R$ 11 bilhões, consideravelmente acima dos R$ 7 bilhões contratados inicialmente com as empresas chinesas.

A aproximação de um consenso, na avaliação da gestão estadual, é resultado da intermediação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que viabilizou a possibilidade de entendimento entre as partes.

Antes disso, a insistência do consórcio em cobrar um novo acordo no valor de R$ 13 bilhões chegou a gerar incômodo no governador da Bahia, conforme revelado em julho. Na época, o governo avaliava que o contrato, considerando o impacto inflacionário gerado pela pandemia, deveria custar aproximadamente R$ 10 bilhões aos cofres públicos.

O desencontro entre as expectativas financeiras do consórcio e a disposição do governo em aplicar recursos chegou a fazer Jerônimo considerar a possibilidade de romper o contrato e relicitar as obras da ponte Salvador-Itaparica. Porém, a chance de uma atitude assim gerar prejuízo político para o governo fez com que aliados aconselhassem o governador a tentar um acordo até o último minuto.

A experiência da gestão estadual com a compra dos trens para o VLT de Salvador, via intermediação do Tribunal de Contas da União (TCU), fez o governo da Bahia, através do secretário estadual da Casa Civil, Afonso Florence (PT), pensar em acionar o TCE para buscar uma resolução. Hoje, nos bastidores da administração do Estado, o movimento é considerado um acerto, tendo em vista a evolução das conversas.

Na manhã desta segunda-feira, 4, Jerônimo falou sobre o tema em coletiva de imprensa, após o seminário de abertura do encontro da área cultural do G20 (cúpula dos 20 países mais ricos do mundo) em Salvador.

“Na pandemia, houve sim um desgaste no orçamento, no que diz respeito a preço do aço, preço do cimento, mão de obra, taxa de juros. E o consórcio pediu que a gente pudesse refazer o valor. Mas não estava havendo um consenso entre nós do governo e o consórcio, por conta da defesa do erário público. E o TCE puxou essa responsabilidade, com as fórmulas matemáticas, com assessoria técnica”, explicou o governador, que ainda deixou no ar a possibilidade de realizar um ato público com o presidente da China, Xi Jinping, para anunciar um acordo.

“Eu espero que, nesta semana, a gente possa chegar ao consenso final, porque o presidente Lula, na semana que vem, estará recebendo Xi Jinping e seria muito bom se nós pudéssemos fazer um ato”, concluiu Jerônimo.
 

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