Jorge Vercillo também reclama da remuneração das plataformas: “Precisa gerar trilhões de plays para ganhar algum dinheiro”

Jorge Vercillo também uniu sua voz aos que se queixam da remuneração dada aos artistas pelas plataformas digitais. “Na pandemia, sem poder me apresentar nos palcos, só sobrevivi graças ao que recebia pela execução em rádio”, disse o cantor e compositor, em entrevista ao jornal O Globo.

Em seguida, o autor de “Final Feliz”, “Monalisa”, “Que Nem Maré” e outros sucessos lembrou um encontro recente que teve com o presidente do braço brasileiro de uma grande gravadora multinacional: “Perguntei: ‘E aí, cara, como é que está o mercado?’ E ele: ‘Nunca ganhamos tanto dinheiro!’ Aí eu fiquei olhando e falei: ‘Pois é, só falta a gente ganhar, porque o artista precisa gerar trilhões de plays no streaming para ganhar algum dinheiro’. Ele parecia não ver como isso faz a qualidade da música diminuir”.

Com o desabafo, Vercillo junta-se a nomes como Ivan Lins e Carlos Rennó, que recentemente denunciaram o modo de repasse de direitos da autorais de plataformas como Spotify e Deezer. 

“Para se ter uma ideia, em uma determinada semana, a música teve em média 72 milhões de acessos. E o que isso rende para os autores é, mais ou menos, uns 20 reais, uma mixaria, uma quantidade miserável, infinitesimal”, disse Rennó, em conversa com o Metro1, referindo-se ao estouro de “Escrito nas Estrelas”, na voz de Lauana Prado.

E Ivan, em entrevista ao “Provoca”, com Marcelo Tas, desabafou: “Voltei para a terapia para curar, agora, outra depressão, porque eu perdi minha aposentadoria”.

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