Mulheres em Movimento #2: Eremita Mota

A segunda edição do Editorial temático Mulheres em Movimento, que deveria ter sido publicada na semana passada conforme anunciado na edição #1, não aconteceu por incompatibilidades técnicas que só foram adequadas ao longo da semana. Mas, apesar delas e de tudo, seguimos com a agenda proposta para os domingos do mês de março.

A protagonista #2, que nos concedeu entrevista presencial durante 34´40s – e poderia ter durado mais se não houvesse tanta gente querendo falar, “tentando” interromper aquela conversa fluída, cara a cara, onde ela falou sobre sua trajetória na política partidária desde o início dos anos 1990, dos desafios que tem enfrentado enquanto atual e primeira Presidente da Câmara de Vereadora[e]s e, também, de sua vida pessoal.

Embora, o palco de sua atuação, há cinco legislaturas, seja  a Câmara, a entrevista se deu no Centro de Cultura Amélio Amorim, onde tem acontecido as sessões ordinárias, em razão da reforma estrutural a que vem sendo submetido o prédio da dita “Casa da Cidadania” feirense. Mãe de um filho e uma filha, carrega consigo o clássico arquétipo da ariana e, às vésperas de completar 65 anos de idade, Eremita Mota confessou que prefere malhar sem ar-condicionado e, comprovamos, dirige muito bem seu próprio automóvel.

 

 

Quando perguntada sobre a formação das alianças para a disputa do pleito de 2024, deixou escapulir que “provavelmente, caminharia com Zé Neto” e como se quisesse justificar superficialmente suas razões pra isso, completou: “Zé Neto é um cara que ama Feira”. Seria ótimo se fosse publicizado também os detalhes da conversa informal que ocorreu durante “a carona” que a Parlamentar nos ofereceu até o centro da cidade…mas, é melhor deixar o povo morrendo de curiosidade! 

Dentre as características que ela mesma definiu para se descrever, se apresentou como “uma mulher que não tem medo e que ama trabalhar com gente”. E complementa: “a Política é gostar de pessoas. Por exemplo, a pandemia deixou as pessoas alijadas de qualquer processo porque todo mundo tava doente, tinha pessoas que não queria contaminar os outros e eu fui uma delas, mas mesmo assim, quase 4 mil pessoas foram pra urna votar comigo, porque eu já tinha uma semente plantada”.

Quando perguntada como é possível uma cidade de origem popular ter como Prefeito alguém tão anti-popular, sua resposta é bem direta: “Colbert tem uma característica que eu acho que ele não muda porque é dele, é uma característica de não gostar de lidar com o ser humano. Ele já deu esse exemplo na cidade, ele não reúne pessoas, ele não conversa com pessoas, ele não dialoga, de uma maneira geral é isso”.

Sobre os modos de atuação do Poder Executivo feirense, ela indaga: “E porque essa discriminação com determinados Vereadores e outros não? Tá certo que tem lá 12 [Vereadores] dando amém, dizendo que tudo dele é lindo, mas por um propósito, tá dizendo que é lindo porque também tem um benefício e esse não é o papel da Câmara. O papel da Câmara é ser independente, é dizer ‘olhe, Colbert, isso aqui é bom pra você, mas não é pro povo”.

 

E continua: “a mesma coisa é a questão do empréstimo que tanto se fala. Se os outros Prefeitos pediram e não houve o cumprimento da Lei, não sou eu, mulher, primeira a presidir a Câmara, que sou séria, que vou aprovar um Projeto contrariando a Lei. A Lei diz: Prefeito, só se manda pautar um projeto na Câmara se você pontuar, discriminar quem vai fazer a obra, quanto vai custar, aonde essa obra vai ser feita. Pronto! Há alguma coisa errada nisso? Não, tô cumprindo a Lei. Aí manda pra Justiça, a Justiça diz o quê à ele? Cumpra a lei!”

Já quase no fim da entrevista, em tom de descontração, ao ser perguntada se acredita que o atual Prefeito da Princesa do Sertão tem pesadelos com ela, respondeu, inicialmente, com uma gargalhada contagiante [e todo mundo que tava na sala gargalhou da cara de Cobézinho]: “olhe, eu acho que sim, mas eu tô com a Lei e ele tá com o quê?! Eu explico pra todo mundo que na Política, como qualquer outro segmento tem o que presta e o que não presta, tem as coisas boas e as ruins. Eu quero e sempre vou estar do lado da verdade”.

Com o entusiasmo da Vereadora, transformada por sua performance pública em protagonista neste Editorial Temático, seguimos para a publicação da penúltima edição no próximo domingo, que apresentará a cantora Rachel Reis. O texto é resultante da entrevista exclusiva realizada durante o Carnaval de Salvador [2024] e você não perde por esperar. Até lá!