Suspeito de matar babalorixá a tiros em Salvador é preso

A Polícia Civil (PC) prendeu, na manhã desta quarta-feira (24), o suspeito de matar o babalorixá Nilton Leal da Conceição, em Salvador. Ele foi assassinado a tiros no dia 11 de janeiro deste ano, no bairro do Barbalho, após participar da Lavagem do Bonfim, considerada a maior festa religiosa e popular da Bahia.

Equipes da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS), que fica no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), cumpriram o mandado de prisão preventiva por volta das 8h, no bairro de Piatã. Não foram detalhadas as circunstâncias da prisão.

A produção da TV Bahia apurou que o investigado se chama Marcos Rodrigo dos Reis Silva. Em nota, a polícia disse que as diligências iniciadas logo após o crime apontam que houve um desentendimento entre a vítima e o suspeito antes do ataque a tiros, porém, os motivos não foram informados.
Marcos Rodrigo passará por exames de lesões corporais e segue à disposição da Justiça.

 
 

Relembre o caso
 

Nilton Leal da Conceição era conhecido como “Meu Bem”, e tinha 45 anos. Ele foi baleado por volta das 19h de 11 de janeiro, na região da Ladeira da Água Brusca. O homem chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos.
O atirador fugiu após o crime e só foi encontrado nesta quarta. Momentos antes do assassinato, Nilton tinha postado vídeos nas redes sociais mostrando como foi a participação na Lavagem do Bonfim. Nas imagens, ele aparecia dançando e brincando com outras pessoas.
O corpo dele foi sepultado três dias depois da morte, no Cemitério Municipal de Brotas, na capital baiana, sob forte comoção. Na ocasião, ele foi homenageado com samba de roda e ritos religiosos, pois Nilton era babalorixá do terreiro Yle Axe Olufemyn, no Matatu de Brotas, em Salvador.
 

Babalorixá que atuava em causas sociais e gostava de academia: conheça homem morto após Lavagem do Bonfim
 

Nilton era conhecido não somente pela atuação enquanto babalorixá, mas também por ser caridoso, pois gostava de fazer ações sociais para pessoas em situação de rua. A última foi no Natal do ano passado, quando entregou sopas.
 

“Ele pegava as pessoas na rua e ajudava, como ele fez na minha trajetória de vida, que foi complicada perante as drogas “, disse o ajudante do terreiro, Lucas da Silva Rodrigues, na época do ocorrido.
 
“Ele era só alegria e ajudou muita gente, só fazia o bem para os outros. Dizer que ele era ruim, ninguém pode dizer”, afirmou a vizinha Antônia Fonseca.

“Era um menino trabalhador, caprichoso e que nunca me deu trabalho. Era brincalhão, trabalhador, prestativo. Todo mundo ficou surpreso com o que aconteceu”, comentou Maria Antônia Leal, mãe da vítima.

Foto: Reprodução/Redes Sociais