O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) errou ao tentar vender as joias no exterior e que deveria ter vendido os presentes no Brasil.
Valdemar explicou que Bolsonaro não teve “intenção” de fazer “alguma coisa errada”. “Ele fez aquilo porque achou que podia fazer. Fez errado. Devia ter vendido aqui”, disse o líder do PL, em entrevista ao programa Amarelas On Air, da revista Veja.
Questionado sobre quem teria vendido as joias, o presidente do PL disse que foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República. “O Cid fez para ele [Bolsonaro]. Isso não tem ilegalidade porque a joia era dele. Eles não deviam ter discutido isso na época, deviam ter descartado essa história de cara. A joia é minha, eu faço o que eu quiser”.
Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro são investigados em uma apuração da Polícia Federal sobre desvio e venda ilegal de joias recebidas da Arábia Saudita. Os dois foram convocados a prestar depoimento na sede da corporação no dia 31 de agosto, mas ficaram em silêncio. A suspeita da PF é de que o dinheiro da venda das joias era repassado para Bolsonaro.
Apesar de Jair Bolsonaro ter sido condenado a oito anos de inelegibilidade, Valdemar acredita que ele será candidato em 2026. “Isso ainda pode mudar. Nós temos mais três anos até a eleição. Nós vamos recorrer para o Supremo e o Supremo pode mudar”, disse, ao acrescentar que, no Brasil, as coisas mudam.
Valdemar Costa Neto argumentou que Bolsonaro é perseguido e disse que “ninguém está contente” com o Supremo Tribunal Federal e com o comportamento do ministro Alexandre de Moraes. “Ele não podia julgar esse pessoal que foi preso, que eles chamam de golpistas (…) ele pega e dá 17 anos para um camarada desse. Ele não podia julgar, tinha que ser julgado em primeira instância”, disse.
Para as eleições municipais de 2024, o presidente do PL destacou que confia no apoio do ex-presidente e da ex-primeira dama Michele para conquistar mais prefeituras. A expectativa do partido é passar dos atuais 480 para 1.200 prefeitos eleitos. Apesar das investigações, Valdemar diz que a imagem do ex-presidente não foi afetada. “É impressionante o carisma dele. É difícil de explicar”.