Corpo de Bombeiros orienta como evitar acidentes com fogos de artifícios e fogueiras

Os festejos juninos são considerados por muitas pessoas como uma das melhores épocas do ano para reunir a família, os amigos e garantir a diversão da criançada em volta da fogueira, saboreando os pratos típicos da região. Nesse período também aumentam as vendas e soltura dos fogos de artifícios, os quais podem trazer riscos para a população e acabarem transformando a alegria em acidentes e acontecimentos indesejados.

Em entrevista ao Folha do Estado, a comandante do 2º Pelotão da 2ª Companhia dos Bombeiros Militares de Feira de Santana, a aspirante Jéssica Cerqueira, enfatizou a necessidade de as pessoas comprarem fogos de artifícios certificados pelos órgãos de segurança e em locais apropriados para a venda desse tipo de produto.

“O ideal é que as pessoas não comprem produtos ilegais, como aqueles fogos caseiros, que são fabricados sem nenhum tipo de controle de qualidade. A segunda coisa é que sempre que comprarem fogos nas lojas verifiquem as indicações que o fabricante traz nas embalagens, como questões de manuseio, forma de utilizar, e como esses fogos devem ser inclusive armazenados. Então é importante que a gente siga algumas orientações que são dadas nas embalagens dos fogos”, explicou.

De acordo com a aspirante do Corpo de Bombeiros, o consumidor precisa estar atento e perceber a diferença entre um produto legalizado e outro feito de maneira artesanal.

“A primeira diferença entre fogos certificados e outros que não são é a forma como eles vêm embalados. A gente vê costumeiramente pessoas vendendo fogos na rua sem nenhum tipo de embalagem, então alguns desses materiais são facilmente identificáveis como de produção caseira, porque você consegue perceber que existe um jeito artesanal no modo como foi criado, diferente dos fogos produzidos com um certo controle de qualidade, que vem em uma embalagem própria com toda a questão da segurança que o governo exige das empresas”, observou Jéssica Cerqueira.

Diante do reforço na fiscalização realizada pelo Corpo de Bombeiros e outros órgãos de segurança em diversas cidades da Bahia, muitos fabricantes de fogos têm evitado comercializar bombas maiores e que, portanto, oferecem mais riscos à saúde e à segurança.

“Uma bomba, quanto maior e mais barata, logo se consegue perceber que ela não tem uma procedência garantida por conta da quantidade de produtos que envolve a sua fabricação. Eu acredito também que as exigências acerca da segurança e da fabricação desses fogos de artifício tenham sido um fator motivador para que as bombas sejam menores e tenham um tom maior de brincadeira do que aquelas que fariam mais estrago.”

A comandante do 2º Pelotão do Corpo de Bombeiros lembrou ainda que houve um período em que muitos acidentes foram registrados durante as festas de São João, devido ao manuseio inadequado de fogos.

“Passamos um período com um grande número de queimados nesta época do São João na Bahia. Ainda temos um número grande, mas nos últimos anos, as atividades de prevenção e educação em saúde, principalmente sobre os fogos de artifício durante esse período. Quanto mais a população tem conhecimento dos riscos que ela corre, menos ela compra bombas que tragam riscos à sua saúde. A conscientização e a fiscalização estão inibindo os fabricantes a fazerem bombas que tragam mais riscos à saúde.”

Quanto ao armazenamento, ela orientou que os fogos de artifício precisam ser guardados em locais com boa ventilação e longe de fontes de calor.

“O local precisa ser ventilado, não ter abertura para ambiente externo, não estar próximos de fontes de calor ou fiação para não ter nenhum curto-circuito, acabar gerando uma fagulha e ativando aqueles fogos de artifício. Outro fator importante é manter esses fogos longe das crianças, principalmente pessoas que tendem a armazenar fogos em grande quantidade. O ideal é que os fogos não sejam armazenados em residências”, explicou

Cuidados com crianças

Para evitar acidentes com crianças e fogos de artifícios, é preciso seguir a recomendação dos fabricantes, pois normalmente os fogos vêm com indicação de idade. Outras dicas importantes são:
– Manter a distância de segurança do fogo que está queimando;
– Não olhar diretamente para os fogos;
– Não estar em contato com fogueira e fazendo acendimento diretamente na fogueira.

“Os pais ou responsáveis precisam orientar a criança sobre os perigos dos fogos, ensinar os procedimentos de segurança, a soltar quando perceber que está muito perto das mãos. E entender que apesar do barulho e de ser colorido traz perigos e ela não deve manusear sozinha”, destacou.

Fogueiras

O armazenamento de fogueiras em ambientes fechados também é algo que pode trazer riscos. E, conforme a aspirante do Corpo de Bombeiros, o ideal é que o material, cuja brasa vai ficar queimando durante algum tempo, seja armazenado em ambiente aberto. “O usuário deve estar atento, porque o fogo pode voltar.”

Em relação ao local ideal para armar fogueiras é preciso observar a proximidade das outras residências, onde as pessoas vão ficar sentadas, e que ela não atrapalhe o trânsito de veículos e a movimentação das pessoas.

“Caso alguém venha a se queimar, é importante que as pessoas saibam que não se deve passar nenhum tipo de material na queimadura, apenas água corrente em temperatura ambiente e levar ao hospital para tratamento o mais rápido possível.”

Foto: Mário Sepulveda/ FE