Morador de Feira está entre vítimas que denunciam influenciador Nego Di, preso por estelionato

Um morador de Feira de Santana está entre as vítimas que denunciam o influenciador Nego Di por estelionato. O também humorista e ex-BBB foi preso neste domingo (14), suspeito de lesar pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos na loja virtual da qual é proprietário.

O delegado Fernando Sodré, à frente do caso na Polícia Civil do Rio Grande do Sul, confirmou que se trata do mesmo processo. “É uma investigação que começou em 2022, terminou em 2023, estava aguardando manifestação do Ministério Público e [Poder] Judiciário”.

A defesa de Nego Di defende que ele é inocente. Em nota enviada ao portal, os advogados que o representam ressaltam que “todas as medidas legais cabíveis” são adotadas “em relação aos recentes acontecimentos” com envolvimento dele. [Confira a nota na íntegra ao final do texto]

Como o delegado pontuou, a prisão foi decretada na sexta-feira (12), então a equipe gaúcha se deslocou até Santa Catarina, onde o influenciador estava, e efetuou a prisão dele na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis.

O feirense que denunciou o influenciador relatou ter comprado uma televisão e um celular em abril de 2022. Porém, mais de um ano depois, ele não havia recebido nem os aparelhos nem a devolução do valor pago pelos itens.

O caso foi registrado na Delegacia Virtual, em 15 de julho de 2023. À época, a Polícia Civil baiana informou que o procedimento seria encaminhado para a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Feira de Santana.

A investigação geral, conduzida pela corporação do Rio Grande do Sul, estima que o prejuízo dos clientes lesados seja superior a R$ 330 mil. Como as movimentações bancárias são milionárias — só em 2022, a movimentação financeira em contas ligadas a Nego Di passaram de R$ 5 milhões —, a suspeita é de que o número de vítimas seja maior.

A loja virtual “Tadizueira” comercializava produtos com valores muito abaixo dos aplicados no mercado. Como exemplifica o g1 RS, uma televisão de 65 polegadas era vendida a R$ 2,5 mil.

Outro problema identificado na investigação é que não havia estoque. Ou seja, o influenciador divulgava os produtos e prometia as entregas, sem a garantia de que poderia concluir o serviço.

A empresa operou por apenas quatro meses: de 18 de março a 26 de julho de 2022. O site foi retirado do ar na ocasião por determinação da Justiça.

Diante das acusações, o g1 procurou a defesa de Nego Di, que lembra o princípio de presunção de inocência e pede cautela para que não sejam causados danos irreparáveis à imagem e carreira dele. Confira a nota na íntegra:

Em relação aos recentes acontecimentos envolvendo o humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como NegoDi, gostaríamos de esclarecer que estamos tomando todas as medidas legais cabíveis.

Destacamos a importância do princípio constitucional da presunção de inocência, que assegura a todo cidadão o direito de ser considerado inocente até prova em contrário. O devido processo legal deve ser rigorosamente observado, garantindo que o acusado tenha uma defesa plena e justa, sem qualquer tipo de pré-julgamento.

Pedimos à mídia e ao público que tenham cautela na divulgação de informações sobre o caso, uma vez que a ampla exposição de fatos ainda não comprovados pode causar danos irreparáveis à imagem e à carreira de NegoDi.

Qualquer divulgação precipitada pode resultar em uma condenação prévia injusta, prejudicando sua honra dignidade.

Quem é Nego Di

Gaúcho de Poro Alegre, Nego Di participou do Big Brother Brasil em 2021. Ele entrou como integrante do grupo Camarote, pois já trabalhava como influenciador digital e comediante, e foi o terceiro eliminado do programa, com 98,76%.

Após o reality, Nego Di seguiu trabalhando na internet. Com mais de XX de seguidores apenas no Instagram, a carreira dele é permeada por polêmicas. Um ano atrás, por exemplo, ele chegou a ser acusado de homofobia ao criticar uma peça de roupa usada pelo ator João Guilherme.

Informações G1

Foto: Divulgação