Uma professora de 51 anos foi apedrejada por alunos após dar aulas sobre a cultura afro-brasileira em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A agressão aconteceu em outubro deste ano, mas ganhou repercussão nesta terça-feira (26), e é investigada pela Polícia Civil.
Sueli Santana trabalha na Escola Rural Boa União e é de religião de matriz africana. Por causa disso, ela sofre violências verbais constantes na escola.
“Sempre fui chamada de bruxa, macumbeira, feiticeira e diabólica, todos os dias, quando chegava na escola”, contou a professora.
Segundo Sueli, ao longo do ano a direção da escola recomendou que o livro ABC dos Povos Afro-brasileiros, previsto como material das aulas, não fosse utilizado. A ordem teria sido repassada pela Secretaria Municipal de Camaçari, após queixas de pais de alunos.
Em 29 de outubro, ela corrigia as atividades de uma turma quando alunos jogaram pedras contra ela. Uma das pedras a atingiu no pescoço. Após a agressão, Sueli ficou afastada do trabalho durante três dias.
Em nota, a Secretaria de Educação de Camaçari informou que recebeu a denúncia em 21 de novembro e que apura o caso. Disse também que repudia qualquer forma de discriminação, seja ela de gênero, crença ou cor. A secretaria não informou se os alunos foram afastados ou não.