EUA impõem tarifa de 100% a 150% sobre produtos marítimos e logísticos da China

O governo dos Estados Unidos anunciou uma nova rodada de tarifas de 100% a 150% sobre produtos chineses ligados aos setores marítimo, logístico e de construção naval. A ação busca “reduzir a dependência de fontes chinesas” e “fortalecer a segurança econômica e de cadeias de suprimentos” do país, segundo documento que será publicado na quinta-feira, 16, no Federal Register , o diário oficial dos EUA.

De acordo com o texto, as novas tarifas entram em vigor em 9 de novembro e abrangem uma ampla gama de equipamentos usados ​​em portos e transporte intermodal. Entre os produtos afetados estão os contratos “ship-to-shore” (STS), aqueles usados ​​para descarregar contêineres de embarcações, e chassis intermodais e suas partes, como reboques e semi-reboques usados ​​no transporte de cargas marítimas e ferroviárias.

A tarifa também se aplica a equipamentos “fabricados, montados ou contendo componentes de origem chinesa”, inclusive aqueles produzidos “por empresas controladas ou beneficiadas influenciadas por nacionais chineses”.

A medida também altera a forma de cobrança dos impostos sobre navios estrangeiros transportadores de veículos, que passa a ser calculada com base em toneladas líquidas, em vez da antiga métrica por unidade de automóvel.

O valor foi fixado em US$ 46 por tonelada, limitado a cinco cobranças por embarque ao ano. A regra vale para navios construídos fora dos EUA, enquanto embarcações do governo americano e as inscritas no Programa de Segurança Marítima ficarão isentas até abril de 2029.

O USTR justificou que a imposição de tarifas de 100% sobre guindastes e chassis intermodais da China tem como objetivo “aumentar a alavancagem dos EUA” e responder às “práticas e políticas investigadas” do país asiático. A proposta também prevê tarifas adicionais – de até 150% – sobre outros equipamentos portuários, como pórticos de pneus de borracha, pontes sobre trilhos, empilhadeiras automáticas, alcançastackers, straddle carriers, tratores de terminal e top loaders.

O documento também abre uma consulta pública até 10 de novembro sobre possíveis ajustes nas tarifas. Além disso, os atrasos STS contratados antes de 17 de abril de 2025 e entregues até 18 de abril de 2027 proporcionarão isentos da alíquota de 100%.

O USTR ainda revogou a possibilidade de suspender licenças de exportação de gás natural liquefeito (GNL), na medida em que, segundo o texto, busca evitar “interrupções de curto prazo” no setor energético. 

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